Exposição
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A exposição “mis piedras — Sergio Camargo” apresentada pelo IAC na plataforma Art Curator Grid, traz ao público uma seleção de imagens fotográficas que apresentam o artista em seus ateliers, seja no contato com a matéria-prima de suas esculturas, seja em processo de reflexão sobre sua produção.
A exposição “mis piedras — Sergio Camargo” apresentada pelo IAC na plataforma Art Curator Grid, traz ao público uma seleção de imagens fotográficas que apresentam o artista em seus ateliers, seja no contato com a matéria-prima de suas esculturas, seja em processo de reflexão sobre sua produção.
Exposições anteriores
Sergio
Camargo
Rio de Janeiro (RJ), 1930
Rio de Janeiro (RJ), 1990
Sergio Camargo
ao lado de obra em seu ateliê em
Botafogo, no Rio de Janeiro, 1956
Foto por Sascha Harnisch
23,5x16 cm
Sergio Camargo nasce no Rio de Janeiro em 1930. Estuda na Academia Altamira em Buenos Aires, em 1946, com Emilio Pettoruti e Lucio Fontana. Na Europa, para onde viaja em 1948, faz curso livre de filosofia na Sorbonne, em Paris, estudando com Gaston Bachelard. Durante esse período, sofre o impacto da obra de Constantin Brancusi, cujo ateliê visita com frequência. O contato com as obras de Georges Vantongerloo, Hans Arp e Henri Laurens também estimularão sua produção futura. De volta ao Brasil em meados dos anos 1950, aproxima-se do pintor Milton Dacosta, que nesse momento produz suas principais obras construtivistas.
Entre 1961 e 1973 volta a residir em Paris, frequentando aulas de sociologia da arte com Pierre Francastel, na Ecole Pratique des Hautes Etudes. Nesse período, trabalha em seu ateliê de Malakoff, ao sul de Paris, e se aproxima do ateliê Soldani em Massa-Carrara, na Itália, para realizar as primeiras obras em mármore. A convite do crítico de arte inglês Guy Brett, realiza em 1964 individual na galeria Signals, em Londres, onde posteriormente introduz Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel, propiciando o lançamento na Europa desses artistas. No final de 1973 retorna definitivamente ao Brasil, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, e inicia a construção de seu ateliê – projeto de José Zanine Caldas – no bairro de Jacarepaguá. A partir desse período começa a frequentar um grupo de artistas, tais como Waltercio Caldas, Iole de Freitas, Tunga, José Resende, Eduardo Sued e outros; e os críticos, Ronaldo Brito, Paulo Sergio Duarte e Paulo Venancio Filho, onde encontra um ambiente propício para discussão e reflexão, que perdurará até o fim de sua vida.
Além do Brasil, Sergio Camargo conquistou grande respeito no circuito internacional. Tem obras em museus nacionais e estrangeiros e integra conceituadas coleções privadas. Após sua morte, em dezembro de 1990, foi realizada uma exposição itinerante internacional em vários museus no exterior, de 1994 a 1996.
Em 2000, comemorando os dez anos de seu falecimento, Sergio Camargo ganha um local de visitação permanente no Paço Imperial do Rio de Janeiro. O acervo documental do artista encontra-se sob a guarda do Instituto de Arte Contemporânea, em São Paulo.
Para assistir
Se Meu Pai Fosse de Pedra
Produzido por Maria Camargo
e Cara de Cão Filmes.
Direção de Maria Camargo. Brasil, 2009/2010.
Beta Digital, cor, sonoro, 20'.
Obras
Jogo de xadrez, s/d, Dimensões: 18x24cm, Fotógrafo desconhecido
Fundo Sergio Camargo - Instituto de Arte Contemporânea
Sergio Camargo
com um relevo pintado de azul no atelier de Paris, s/d
Dimensões: 8,7x12,7cm
Fundo Sergio Camargo -
Instituto de Arte Contemporânea
Sergio Camargo frequenta uma única vez uma escola de arte, em 1946: a efêmera mas seminal Academia Altamira, em Buenos Aires. Em 1948, viaja para a Europa, onde permanece até 1953, intercalando vindas ao Brasil. A primeira obra a participar de um salão data desse período - Germinal n. 1 - realizada durante uma dessas estadas.
Os anos 1950 marcam três fases da obra do artista: de 1951 a 1954 aproximadamente, realiza esculturas abstratas da série Germinal. Entre 1954 e 1957, adere ao figurativismo, com esculturas de nus femininos, nas quais a preocupação com o volume e a potência dos cortes resolutos a ordenar as massas, qualidades fundamentais de seus trabalhos posteriores, já se fazem presentes. Por volta de 1957, e até o final da década, retorna ao abstracionismo, agora geométrico, explorando tensões em chapas de metal dobradas.
Instala-se novamente em Paris em 1961 e inicia experimentações com materiais como gesso, areia e tecido, criando estruturas informes e irregulares. Em 1963, dá início à série de "relevos", com os quais se ocupa proficuamente por cerca de dez anos. Paralelamente começa a investigart, a partir de 1964, estruturas de seções quadradas em torres e paredes modulares monumentais, realizadas primeiro em madeira e posteriormente em concreto e mármore.
A partir dos anos 1970 passa a utilizar quase exclusivamente o mármore em trabalhos decididamente escultóricos. Por um lado, tal material, com fortes raízes na tradição escultórica, acentua o caráter de permanência e estabilidade dos trabalhos. Por outro, a superfície lisa e uniforme do mármore opaco reage de modo mais efetivo aos efeitos da luz, intensificando o aspecto dinâmico e transitório do conjunto.
Em 1974 retorna definitivamente ao Rio de Janeiro, instalando um ateliê em Jacarepaguá. As obras em mármore continuam a ser produzidas na província de Massa-Carrara, na Itália, na oficina de Alfredo Soldani. Com as peças alongadas em pedra negro-belga produzidas a partir dos anos 1980, o artista experimenta de modo radical os limites da forma ao realizar cortes cada vez mais agudos a ameaçar a integridade física da matéria. Alcança o ponto extremo de convivência possível entre a ordem e sua dissolução.
* A identificação por número foi adotada pelo artista desde 1963.
Cronologia
Ateliê de Sergio Camargo em Jacarepaguá, Rio de Janeiro
Para visitar
Sala permante no Paço Imperial, Rio de Janeiro, da reconstituição livre do Atelier de Sergio Camargo em Jacarepaguá.
Clique no ícone abaixo para ver o catálogo com as fotos do espaço:
Exposições e prêmios
Sala expositiva da mostra "Camargo" no Museo de Arte Moderna no México. Obras em exposição: "castelinho", coluna e obra à esquerda com base.
mis piedras
— Sergio Camargo
mostrou a intimidade do artista em seu processo de criação, no seu vínculo com as obras em desenvolvimento e na sua relação com o espaço, o ateliê.
Bibliografia
Fatos e Fotos. Artigo sobre a produção do artista, 15/08/1976
FICHA TÉCNICA
Realização
Instituto de Arte
Contemporânea — IAC
Pesquisadores
Livia Lima
Mariane Tomi Sato
Pedro Nery
Teresa Abbud
Pesquisa
Margarida Sant'Anna
Coordenação
Jeane Gonçalves
Revisão e Tradução
Cristian G. Sánchez
Fabiana Clemente de Oliveira
Hélio Oiticica, Marco Frenette
Paulo Henriques Britto
Beatriz de Freitas Moreira
Fotografias
Alair Gomes, Clay Perry
Denise Andrade, Emil Cadoo
Frans Krajcberg, Getulio Alviani
Lépine/Studio Roquette
Miguel Rio Branco
Romulo Fialdini
Sascha Harnish, Vicente de Mello
As fotografias reproduzidas encontram-se nos arquivos de Sergio Camargo, sob a guarda do Instituto de Arte Contemporânea – IAC. Apesar dos esforços realizados para contatar os representantes legais das imagens, a maioria delas não exibia nenhuma atribuição de crédito, possivelmente por seu caráter pessoal.
AGRADECIMENTOS
Acervo Multimídia do
Centro Cultural São Paulo
Aspásia Camargo
Biblioteca do Museu
de Arte de São Paulo
- Ivani Di Grazia Costa
Biblioteca do Museu de
Arte Moderna de São Paulo
- Maria Rossi
Biblioteca da Pinacoteca
do Estado de São Paulo
Biblioteca Nacional
Hernan Guiraud
Maria Camargo
Piedade Grinberg
Raquel Arnaud