Desretratos, Despaisagens, Virtuais, Bienal..., o raciocínio plástico de Hermelindo Fiaminghi se aproxima de uma discussão que se dá, em todo o mundo, em relação à ideia de arte como um campo expandido e, portanto, o coloca no âmbito de um debate que, ao mesmo tempo em que sua produção plástica reafirma seu compromisso com a arte como uma expressão autônoma de cultura, o artista não se priva de estabelecer uma conexão estreita entre tal produção e as outras facetas de sua contribuição criativa para o mundo das imagens. Conhecido como pintor e desenhista Fiaminghi teve, também, uma importante experiência profissional que o levou a dominar uma série de técnicas que marcam sua produção: foi publicitário, litógrafo e artista gráfico. Participou das mudanças iniciadas pelos movimentos construtivos e aderiu ao Grupo Ruptura com o qual rompe, pouco tempo depois, em função de um interesse crescente pelas possibilidades da imagem. A ideia de desconstrução o leva a pesquisas nas quais a questão da cor e da luz tomam acentuado relevo. O artista passa a utilizar retículas de fotolitos bem como o offset como meios de expressão artística. Mas, não se priva de experimentar os mesmos princípios utilizando a têmpera. Coerente com sua constante inquietação, suas últimas produções adquirem uma forma de pintar bastante distinta e nela, pratica uma pintura gestual. Impregnada por um vasto repertório visual que o artista manipula com inteligência, sua produção exige do público um olhar ativo e ativador de suas propostas. "Fiaminghi – Pensamentos Compostos" é resultado do impacto e da provocação da obra do artista sobre o Grupo Experimental de Curadoria do Instituto de Arte Contemporânea e por meio da qual compartilhamos publicamente o privilégio de operar com o pensamento plástico de Fiaminghi e sua obra de possibilidades infinitas.